Rêpas, o super-herói da Tocha

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A Tocha

A Tocha é uma vila no centro litoral. O nome deriva do espanhol Nuestra Señora de Atocha.

A palavra Atocha não significa tocha - deriva de uma erva de nome esparto (atocha em castellano).

Narra a lenda que um fidalgo, denominado João Garcia Bacelar, vivia na Galiza, mas ainda menino foi levado para Madrid para casa de um tio. Um dia, quando o menino saiu montado numa mula, acompanhado de seus criados, caiu num precipicio. Logo envocou a Senhora D'Atocha para que o salvasse de tão alta queda. E assim foi, os criados encontraram-no sentado numa pedra, são e salvo, tal como a mula. João Garcia Bacelar, apesar de ainda muito novo, desde então prometeu que se algum dia viesse a ser pessoa importante, edificaria uma ermida em sua honra. Certa altura, este fidalgo viajou para Portugal, onde tinha um tio muito rico, que o adoptou. Numa das suas viagens pelas charnecas muito extensas e desertas (Gãndaras), João Garcia Bacelar lembrou-se do voto que fizera em criança e assim o fidalgo mandou edificar uma ermida a Nossa Senhora d'Atocha.

A praia da Tocha tem uma praia imensa de areia branca.

O nome oficial é Palheiros da Tocha devido às casas de madeira.

O Herói

Manuel António de Freitas Fernandes Rêpas nasceu na Tocha em 11-Março-1960.

Sempre evidenciou um corpo e espírito dinâmicos.
Apesar disso foi sempre um aluno medíocre: a instituição educacional nunca se preocupou em desenvolver as qualidades do indivíduo mas sim em tratar todos da mesma maneira.
  Aprendeu a nadar sozinho - nos poços.

Um poço é um grande buraco cilíndrico, com uns 3 metros de diametro e uns 3 metros de altura de água.
  Aos 9 anos estava a jogar à bola com os amigos e... a bola foi parar no telhado da igreja.

Como ninguém queria ir buscar a bola, o Rêpas foi por dentro da torre, atou uma corda ao sino, desceu até ao telhado e recuperou a bola.

Certo dia, no liceu, apanhou um sardão (lagarto com uns 30 cm de comprimento) que tinha a toca nos terrenos do liceu. Depois levou-o para uma aula numa saca plástica. Durante a aula o sardão escapou e foi o pânico. Fugiram todos para cima das carteiras. Finalmente, o Rêpas consegiu apanhá-lo.

Foi jogador de futebol (guarda-redes) durante 15 anos (desde os 18 até aos 32 anos) na União Desportiva da Tocha..
1981 Durante o serviço militar obrigatório foi páraquedista.

Os saltos normais são de 600 metros de altura.

Uma vez, num salto de helicóptero, cairam uns cantis durante a descida. Dos 3 apenas 1 ficou com água. Tiveram que aguentar 2 dias sem água...

Outra vez saiu à pressa do quartel sem mudar completamente de farda porque queria chegar a tempo ao comboio e... foi apanhado pela polícia militar.
1982 Foi banheiro salvador na Praia da Tocha.

Acabou por casar com uma rapariga que salvou de morrer afogada.

Certo dia teve que salvar 3 pessoas. Tirou 2 e depois nadou mais de meia hora até conseguir tirar a última.

Noutro dia, 2 putos cairam num buraco. A mãe deles foi acudir-lhes e ficou também no buraco. Desesperados agarraram-se todos uns aos outros. Eis senão quando surge o herói, nada debaixo de água, segura as pernas da mulher e vai a caminhar pelo fundo do mar, sem respirar, até sair do buraco, levando a mulher e os putos agarrados a ela.
1984 Dedicou-se à asa delta - voo livre.

Foi ele que fez a primeira asa delta. Fez 3 ensaios e... 3 quedas. Depois disso fez outra que funcionou bem.

1990 Dedicou-se à asa delta com motor (pendular).

Certa vez avariou o motor e caiu na Barrinha de Mira (uma lagoa).

Fez uma viagem de Tocha a Beja em 6 horas com 2 paragens. Numa das paragens para perguntar onde havia gasolina, aterrou num campo de touros com uma camisola vermelha... O campino andou lá a afastar os touros. Depois acabou por aterrar junto à bomba de gasolina, no meio do trânsito. As pessoas olhavam espantadas; nem sabiam que existiam coisas daquelas.
1997 Párapente (com motor).

Num carnaval da Figueira da Foz bateu num cabo telefónico e... foi parar ao hospital.


Aviões (ultra-ligeiro).

As paragens de motor são uma constante.
Pesca artesanal.

Certa vez, ao meter o barco ao mar... ele afundou.

As bicicletas

A bicicleta insólita mais conhecida do mundo foi inventada pelo prof. Pardal. Houve alguns que a imitaram.

A primeira bicicleta insólita que surgiu na Tocha foi uma bicicleta toda fechada. Foi num domingo de carnaval.

A segunda foi uma bicicleta com volante de tractor.
A primeira bicicleta insólita feita pelo Rêpas foi uma bicicleta de 2 lugares.

A bicicleta de 3 lugares também teve uma vida curta. Ficou completamente destruida num despiste - um dos 3 ocupantes ficou de cama durante 15 dias.

Esta bicicleta foi depois reconstruida.

Certo dia, o Rêpas levou a bicicleta para o liceu a 20 Km de distância. Ao sair do liceu, saiu um pipo da roda e, quando ele parou a bicicleta, esta estava furada. Para conseguir voltar a casa... encheu os pneus com erva!
A terceira bicicleta criada pelo rêpas foi uma bicicleta bem original: uma bicicleta galopante com rodas excêntricas.

Certo dia, a malta estava a fazer uma casa numa árvore, um rapaz caiu da árvore abaixo aterrando em cima duma bicicleta. Esta ficou destruida mas salvou o rapaz, amortecendo a queda. Depois os raios das rodas foram montados pela ordem errada e a bicicleta ondulava fortemente para cima e para baixo. Era impossível andar depressa: o condutor seria cuspido para fora da bicicleta como num rodeo americano. Por outro lado, é possível andar em descidas sem travões: basta levantar o cú do assento e a bicicleta trava automáticamente devido ao atrito de inércia.

A bicicleta de 1º andar foi a mais espectacular.

Certo dia, na Figueira da Foz, o trânsito ficou parado com toda a gente a olhar para a bicicleta. E o polícia sinaleiro ficou também pasmado sem saber se devia mandar parar ou seguir em frente. Entretanto, o Rêpas, para parar, teve que... pôr o pé em cima do tejadilho dum carro, para se apoiar.

Epílogo

Actualmente o Rêpas continua a sua vida de liberdade.

Eis as suas palavras:

Só podemos viver plenamente a nossa vida se formos nós mesmos.

Rêpas
Tocha: 2002

Obituário: O Rêpas morreu em 24-07-2005 num acidente de trânsito. Um condutor alcoolizado passou um semáforo vermelho e lançou o Rêpas a 90 metros de distância. O Rêpas faleceu uma hora depois no hospital da Figueira da Foz. Leia aqui o discurso fúnebre.

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